sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Balanço 2011



Pará o Eixo de Lá Fora

por Samir Raoni

Tendo o congresso na luneta do olhar atento sobre a sua dimensão, percebo o salto que a rede deu em 2011, e os fluxos emergentes para um 2012 ainda mais propositivo me faz celebrar esse 2011 de superação de desafios para o amadurecimento do nosso coletivo em Belém.
A relação com as pessoas que integram o fora do eixo foi ainda mais sacramentada em seu IV Congresso, espaço de trocas e resignificação do processo que torna cada vez mais fluente a dinâmica da rede, que pós-congresso preparasse para um desafiador voo em 2012. A confiança da mutua da rede, a não-grade é a prova do quanto funciona a tecnologia de gestão, articulação, diálogo dos agentes. Avançamos continuamente no interno do coletivo e da cena em Belém, sendo projeto para um processo estadual que passa a gerar um bônus desse modelo de trabalho e inteligência colaborativa. O Fora do Eixo trouce um cenário impossível de contestar (mas acho positivo as contestações, as conversas infinitas e a possibilidade de exercer a narrativa do processo, linha continuá). Em todos os lugares que realizamos ação como fora do eixo, apresentando o organograma da rede e fluxograma do coletivo, teve um feed muito positivo, passamos a estabelecer uma relação mais orgânica e funcional com as pessoas/coletivos; possibilitando com que nossas intervenções ganhassem novos espaços de diálogos, trabalhando na decoupagem de outras realidades, estabelecendo uma relação de afeto que pela realização, interação, sistematização e debate avança numa plataforma que se aperfeiçoa a cada segundo, e passa a influenciar nas politicas socioculturais de belém.
Sei que 2011 começou com uma intensa agenda positiva, iniciando com o grito rock, onde participamos ativamente dos parceiros da cidade de primavera, que fica a 2h30 de Belém-PA, cidade sede do coletivo. Essa ação da agenda anual da rede fora do eixo, vem estimulando o dialogo com diversos coletivos, gerando um reconhecimento mutuo, estimulando o desenvolvimento de uma cena que precisa de muita ação integrada e em rede para movimentar a cena local, criando ciclos mais produtivos num eterno processo criativo.
Nós, foras do eixo pautamos um desenvolvimento estruturante e de base. E não tem nenhuma rede que consegue responder tão urgentemente aos anseios que a modernidade e seus desafios impõe, nesse recorte social, cultural e tecnológico, de muitas juventudes garantindo a fala pela ação.
Meu contato com as pessoas, processos e coletivos se intensificaram na medida que comecei a desenvolver a estruturação da micro-rota belém > castanhal > Bragança > Capanema > Primavera > Marudá > Vigia> Marabá> Parauapebas> Xinguara> Salvaterra> Soure> Santarém> Santa Barbara, cidades que meu coletivo realizou oficinas, shows, mostras, intervenções e vivências, trazendo a reflexão de qual tecnologia e formas de integração e aprendizagem o fora do eixo estimula, numa logica de construção do conhecimento regada pelo vinculo, explorando novos campos, na perspectiva e entendimento de uma Universidade Livre.
Na medida que fui conhecendo e incorporando essa inteligência colaborativa no coletivo uma par de chaves começaram a virar, cumprindo seu papel de resignificação para a realidade de Belém, entendendo que o forte do nosso coletivo é experimentação artística, intervenções urbana: marginalidade que passa a estabelecer um equilíbrio que permite com que pudéssemos realizar a semana do audiovisual, seminário de tecnologia social da redecom e iniciássemos avançarmos na relação com o programa de extensão da universidade federal, na aplicação de um circuito universitários de integração pela arte e um plano de gestão laboratorial de 14 pontos parceiros do sul do pará, intervenções urbanas, imersões com 7 coletivos da capital para pensar uma dinâmica de trabalho que se estabeleça no que meu camarada Frank chama de ACL – Arranjos Criativos Locais.
E esse dinâmica de trabalho sistêmica da Rede Fora do Eixo faz toda diferença para o nivelamento daqueles que entram em contato com o fluxo infinito de pautas e encaminhamentos que se estruturam localmente, mas que surtem um efeito nacional, a exemplo vivemos o diálogo com diversos movimentos de base para a realização da Marcha da Liberdade Nacional, puxada pelos coletivos da rede nas várias cidades do país; acontecendo de Belém do Pará ao extremo sul de Porto Alegre, entendendo a transversalidade do tema, e estimando o valor que tem as várias juventudes se unirem em uma pauta transversal. Isso demonstra o amadurecimento da rede.
O Fora do Eixo cumpre seu simbolo do pós-símbolo, no foco mais sensato do processo e na autonomia dos agentes locai e seus desafios regionais; e no nosso caso, na região amazônica, estar conectado com o fluxo de trabalho, através das proposições que a rede destrincha em suas conversas infinitas tem permitido com que entremos em estâncias representativas qualificando o debate e valorando o processo já obtido, num mosaico de indicadores. Percebo a importância da classe artística pautar, propor, dialogar com secretárias, fundações e parlamentares, tendo o entendimento que o recorte que legitima nossa ação e proposta é o estabelecimento de contato continuo com os agentes fora do eixo. fruto de muito trabalho, e boa aplicação dos ativos solidários da rede. E isso nós interiorizamos vivendo o paradigma fora do eixo, que da um grande salto quando se entende como uma rede de tecnologia social, passando a trabalhar com multilinguagem, estruturando as frentes temáticas e mediadoras, vivenciando as casas, organizando uma casa muito bagunçada.
É um grande momento para a rede. Estamos vivendo uma cena fluída em diversas áreas, nos permitindo a realização de um festival integrado, com uma vasta programação de oficinas, debates e mesas que nos permitiu pautar a MinC, FCTN, etc, abrindo um leque desafiador, mas estimulante, pois o processo da rede demonstrou claramente o que era necessário pautar em 2011. E como se a rede inteira estivesse conectada por raios magnéticos de consciência coletiva, sutil, instintiva e invisível, de ter feito a transição dessa compreensão, estávamos preparada para crise do Ministério da Cultura que viria à tona em maio, retrocedendo o processo de construção dos movimentos, e nessa crise profunda dinamitou um dialogo com diversas frentes da cultura, criando a onda do “Mobiliza Cultura”, ação blocada, que teve seu papel nessa compreensão da rede das redes.
Conseguimos conectar mais pessoas, processos e tecnologias num fluxo integrado, que circulando esse tripé de expertise, ocupa criativamente os diversos vazios que o eixo centralizado gera, mas não gere. Geração afirmativa. Que como cumpi, come a carne da arvore desse sistema. Fora de base não avançaremos, diz o norte, sul, leste, oestes fora d(_o_) eixo, <(''^'')>. é nosso próprio fio condutor que por fora de um corpo, ganha massa, processo de contaminação, teia da vida, o evolucionismo de um vírus atacando a vascular central do processo capital de aniquilação espectral em velocidade marginal (tiete?).

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